O lar como residência
Os lares de 3ª idade, que pelo que se tem visto nesta pandemia COVID19, não servem, nem as gerações que os usam nem as gerações futuras, independentemente da qualidade das pessoas que acompanham os idosos e das suas administrações.
É urgente repensar totalmente esta temática regulada pela Portaria nº67/2012, já que os lares tal como são projetados não têm os requisitos mínimos de dignidade que as gerações mais velhas merecem.
A minha sugestão passa pelos seguintes pontos, que obviamente carecem de discussão, correção e aperfeiçoamento e que a AO pode liderar:
Mudar o nome de “lares”, nome excessivamente paternalista para “Residências”
Em vez de serem constituídas por quartos, sejam constituídos por apartamentos cuja propriedade seja do residente (ou alugado) tipo Hotéis apartamentos.
Terá que existir uma rede pública, para que todos tenham direito onde a iniciativa privada terá um papel fundamental para o desenvolvimento destas infraestruturas
Os serviços a considerar terão de ser idênticos aos existentes em Hotéis, com uma classificação idêntica 3 (poderiam ficar no estado), 4 e 5 estrelas dependendo dos serviços que apresentam.
Os serviços médicos terão que estar presentes 24 horas por dia á semelhança dos lares e Hospitais
A localização deve ser integrada em zonas com paisagens de qualidade e junto dos aglomerados populacionais.
As zonas comuns terão que ser dignas, com restaurantes (não cantinas), salas de conferências, salas de TV, jardins e piscinas.
Os apartamentos devem dispor de condições para que os idosos recebam familiares (netos ou filhos) em privado onde estes possam ficar com condições dignas e atraentes. Ou seja, as tipologias podem variar para que se adaptem eficazmente ás famílias.
Julgo como primeira abordagem que as tipologias devem ser T2 nas Unidades do Estado (classificação de 3 estrelas). Os privados podem variar de acordo com a procura.
O sistema de financiamento deve vir da Segurança Social, ou seja, os descontos de uma vida de cada um devem ser destinados aos pagamentos das despesas associadas, serviços médicos e alimentação.
Um sistema de troca das habitações de cada um pelo apartamento nestes “Hoteis/Residências” poderia ser uma solução.
Posso acrescentar ainda outra ideia, que seria a recuperação da antiga existência de apartamentos para porteiros em cada prédio, transformando em apartamento para enfermeiro equipado com condições de tratamento e de consulta.
Este enfermeiro/a pode acumular funções condomínio se assim entenderem. Os salários até poderiam ser assegurados pelo ministério da Saúde assim como a despesa do arrendamento da casa.